Vida de Defensor Público: Eduardo Ituassu e a defesa da dignidade humana como propósito de vida

A trajetória de Eduardo Ituassu com a Defensoria Pública começou ainda na faculdade, quando integrou a primeira turma de estagiários da DPE-AM, atuando na área de família, em uma unidade descentralizada no bairro São José Operário, em Manaus. A experiência, segundo ele, foi mais que profissional — trouxe aprendizados que carrega até hoje. “Foi uma escola, inclusive pessoal. Fui orientado pelo Dr. Filgueiras, de quem guardo muito respeito e gratidão”, relembra.

O que motivou Ituassu a seguir na carreira foi a própria essência da Defensoria Pública: defender os direitos dos mais vulneráveis diante das profundas desigualdades sociais do país. Essa missão o acompanha diariamente, mesmo diante das dificuldades que enfrentou — especialmente as limitações estruturais e o alto volume de demandas, que exigem não apenas técnica, mas também empatia e resiliência.

Ao longo dos anos, foram muitos os momentos marcantes em sua atuação. Mas um caso em especial ficou gravado em sua memória: o de um homem preso, com claros sinais de transtorno mental. Eduardo conseguiu localizar a família e garantir que ele saísse da prisão para ser acolhido em casa. “Não podemos naturalizar as dificuldades. Quando elas deixarem de nos tocar, é sinal de que já não nos importamos como deveríamos.”

Ao comentar temas atuais como a justiça climática, o Defensor Público chama atenção para o que considera o maior desafio enfrentado pelas comunidades tradicionais afetadas por danos ambientais: a invisibilidade social. “Os obstáculos são os mesmos de outras áreas: lutar por reconhecimento, por igualdade e por pertencer.”

Com firmeza e sensibilidade, Eduardo Ituassu segue construindo uma trajetória marcada pela defesa da dignidade humana — pilar que sustenta o trabalho da Defensoria Pública no Amazonas.