
Natural do Amazonas, Murilo Monte iniciou sua carreira jurídica em 2011 como analista na Prefeitura de Manaus, passando pelo Ministério Público Militar e, depois, pelo Ministério Público do Estado. Foi durante seus estudos para concursos na área jurídica que descobriu a Defensoria Pública — e encontrou nela o propósito que buscava.
“Lembro que meu primeiro contato com a Defensoria foi por meio da tese do custos vulnerabilis, do Defensor Público Maurilio Casas Maia. Aquilo me despertou um grande interesse pela instituição. Vi a possibilidade de promover mudanças sociais reais com o meu trabalho. Foi aí que decidi abraçar essa carreira.”
Já como Defensor Público, Murilo enfrentou desafios que próprios da instituição, mas também da pandemia da COVID-19 que assolou o mundo. “Aquele momento foi especialmente difícil. No interior do Estado, enfrentamos a escassez de oxigênio, a falta de leitos, e a Defensoria não parou. Estávamos lá, trabalhando intensamente durante a quarentena.”
Sobre temas atuais, como a justiça climática, ele alerta: “As demandas ambientais são lentas e complexas. A judicialização não resolve sozinha. Precisamos apostar na atuação extrajudicial e no diálogo para conseguir avanços mais rápidos e efetivos.”
Entre os muitos momentos que marcaram sua trajetória, um gesto simples ainda emociona o Defensor Público: “Era um atendimento de violência doméstica, numa situação muito delicada. No final, a filha pequena da assistida me deu um abraço e disse ‘obrigado’. Aquele abraço foi tão sincero que me emocionou. Foi quando eu percebi que estava no caminho certo.”
Hoje, ele diz ainda ter um objetivo claro: “Continuar defendendo a população do Amazonas, minha terra. Ser combativo, estar presente e garantir os direitos de quem mais precisa.”
Aos jovens que pensam em seguir esse caminho, ele deixa um conselho direto: “A carreira é linda e muito humana, mas é para quem tem fibra. O Defensor Público luta contra todo o sistema, quase sempre. É preciso coragem.”