Vida de Defensora Pública: a trajetória de Camila Campos deixando sua terra natal para ser Defensora Pública no Amazonas

A trajetória da Defensora Pública Camila Campos é marcada por desafios, superação e um profundo comprometimento com a justiça social. Natural do Pará, Camila começou sua carreira como advogada e analista no Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJPA), atuando na Ilha do Mosqueiro e em Belém. Sua paixão pelo trabalho da Defensoria Pública surgiu da vontade de fazer a diferença na vida das pessoas, um desejo que se consolidou ao longo dos anos.

“O contato com o assistido pode ser extremamente gratificante, e sempre é cheio de emoções e lições”, conta Camila.

Essa conexão direta com as pessoas e a possibilidade de impactar suas vidas foram motivações fundamentais para ela seguir a carreira de Defensora Pública. “Acho que escolhi porque senti que poderia fazer alguma diferença na vida de alguém”, afirma.

Entretanto, a trajetória até aqui não foi fácil. Camila relembra o desafio de se mudar do Pará para o interior do Amazonas, uma transição que exigiu muita adaptação. “Sair do meu estado de origem e me mudar para o interior do Amazonas foi um grande desafio. Mas o Amazonas me acolheu tão bem, e encontrei pessoas tão boas para compartilhar a jornada, que já sinto como minha casa.”

Atuando em um estado de dimensões continentais, Camila destaca a dificuldade de se fazer presente em todos os lugares que necessitam da Defensoria. “A demanda da DPE-AM segue crescendo, e seguimos interiorizando, tentando nos fazer ainda mais presentes,” explica.

Entre os inúmeros casos que marcaram sua carreira, Camila recorda um júri especial, onde pôde perceber o impacto de seu trabalho de maneira muito concreta. Durante o julgamento, ela percebeu a presença de uma senhora com uma menina pequena no colo, que assistia atentamente ao desenrolar dos fatos. No final, Camila conseguiu uma decisão favorável para o réu, que finalmente obteve uma resposta do Estado após quase uma década de espera. “Descubro, no fim, que aquela senhora era mulher dele, e a menina, sua filha. A gente nunca sabe quantas vidas nos tocamos, mas naquele dia pude ter um vislumbre,” relembra emocionada.

Hoje, Camila continua dedicada a melhorar seu desempenho e garantir o melhor atendimento possível aos assistidos. Para os jovens que desejam seguir a carreira na Defensoria Pública, ela deixa uma mensagem: “É difícil, tem muito trabalho, e às vezes, mesmo fazendo tudo o que é possível, nosso assistido não recebe a resposta que precisa do Estado. Mas isso não diminui a satisfação de conseguir fazer diferença na vida de alguém. Para mim, não tem nada mais gratificante.”

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