Aprovada em primeiro lugar no concurso da Defensoria Pública e membro da Associação das Defensoras Públicas e Defensores Públicos do Amazonas (Adepam), Larissa Vianez Sant’Anna Figueira Macedo tem uma trajetória que já completou uma década em defesa dos mais vulneráveis na esfera criminal. No Vida de Defensora desta semana, ela relembra os sucessos e percalços na trajetória profissional até sua posição atual como titular da 14ª Defensoria Pública de 1ª Instância Criminal, atuando junto à 4ª Vara Especializada em Crimes de Tráfico de Drogas, em Manaus.
Larissa iniciou sua jornada como estagiária na Justiça Federal, estagiou também no Ministério Público Estadual e ainda na própria Defensoria Pública, acumulando experiências que moldaram sua visão e seu compromisso com a justiça social.
A paixão pelo direito penal foi cultivada durante seus estudos na Universidade Federal do Amazonas, onde teve a influência de seu primo e saudoso professor, Nasser Abrahim Nasser Netto.
“Embora fosse Promotor de Justiça, Nasser tinha alma de defensor, sempre nos ensinava a valorizar a liberdade e a lidar com o direito penal de forma humana, respeitando os mais vulneráveis”, lembrou Larissa.
Após a colação de grau, Larissa foi aprovada em concurso público como técnica jurídica no Ministério Público em 2008, acumulando experiência e conhecimento ao longo de cinco anos. Em 2013, foi aprovada em primeiro lugar no concurso para Defensora Pública do Amazonas. Primeiro atuou em Iranduba e, em 2016, foi promovida para Manaus, onde atuou na 1ª Vara Criminal.
Entre os momentos marcantes de sua carreira, Larissa relembra com carinho o caso de um idoso em Iranduba, cuja determinação em lutar por seus direitos a inspirou a ir além.
“Quando chegou no tão esperado dia da sua audiência, me assustei quando vi que não compareceu. Fiquei tão inconformada com a ausência dele que resolvi pegar meu carro e ir atrás dele, acabei batendo na porta da casa dele e trazendo ele no meu carro para que participasse da audiência e seu processo não fosse arquivado. Infelizmente, soube que ele faleceu antes do término do processo, mas fiquei com minha consciência tranquila de que fiz tudo que estava ao meu alcance para tentar ajudá-lo”, afirmou.
Na trajetória profissional lidando com júris, enfrentou desafios nos tribunais, experimentando a imprevisibilidade dos resultados e a necessidade de persistência e dedicação. “Quando achava que tinha toda a chance de dar certo, não dava. E, quando achava que tinha toda a chance de dar errado, dava certo. Incrível”, recorda.
“É muito gratificante quando conseguimos reverter uma situação que já parece perdida e, assim, dar uma nova chance para a pessoa reconstruir sua vida. Mas também já fiquei muito triste com casos nos quais parece que nosso trabalho foi em vão. O importante é seguir em frente e manter as esperanças”, completou.
Seu conselho para os aspirantes a Defensores Públicos é claro: não desistam. Pois, no final, estar do lado dos mais necessitados é uma missão nobre que vale a pena ser seguida.