A cheia deste ano, que já é uma das 10 maiores da série histórica, chegou ao limiar de equilíbrio na capital amazonense. A informação é do Laboratório de Geoprocessamento (LabGeo) da Fundação Vitória Amazônica (FVA), que monitora as áreas de inundação em parceria com o Observatório da Região Metropolitana de Manaus. Nesta quarta-feira (26), a lâmina d’água marcava 29,41 metros na régua do Porto de Manaus, 1 centímetro abaixo da aferição de segunda-feira (24), um indício que as águas do Rio Negro estão começando a estabilizar, embora haja possibilidade de repiquete nos próximos dias. A previsão é que a vazante comece efetivamente a partir do dia 3 de julho.
Os dados mais recentes mostram que o nível da cheia subiu em média 1,95 centímetros por dia no mês de junho. O último boletim do Sistema de Alerta de Eventos Críticos (SACE), divulgado em 31 de maio pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM), previa uma cota máxima entre 29,03 metros e 29,33 metros, marca ultrapassada em nove centímetros na última segunda-feira. O nível recorde foi alcançado em 2012, quando a água chegou a 29,97 metros.
Segundo o geógrafo e analista da FVA Heitor Pinheiro, o monitoramento da cheia utiliza como ferramenta o Sistema de Informações Geográficas em conjunto com imagens orbitais de radar para uma simulação da superfície inundada. “Entender os processos de enchente e vazante é de suma importância para a previsão de eventos atípicos que impactam diretamente a produção agrícola e as cidades do Estado. Vale ressaltar que esse monitoramento está sendo desenvolvido para todos os municípios da Região Metropolitana, fase que ainda está em processo de validação”, afirma.